In this article, I want to share with you some photographs that I took as part of a final course project in collaboration with a friend. The theme of our project was to show the precariousness of public spaces in the Greater São Paulo area, which are being threatened by the invasion of large shopping centers and skyscrapers. We wanted to capture how these developments affect the urban landscape and the lives of the people who live there.
Public spaces are essential for the social and cultural life of a city. They are places where people can meet, interact, relax, play, exercise, and enjoy nature. They also contribute to the identity and diversity of a city, as they reflect its history, culture, and values. However, in many cities around the world, public spaces are disappearing or being neglected due to urbanization and privatization.
This is what is happening in Greater São Paulo, where large real estate developments are taking over the urban space and reducing the availability and quality of public spaces. These developments offer everything that people need in one place: shopping, entertainment, services, housing, and work.
As a result, people have less incentive to go out and explore the city, and more reason to stay inside these enclosed and controlled spaces. This has several negative consequences for the city and its inhabitants, including the loss of movement and vitality on the streets. The streets are the arteries of a city, where people can circulate freely and encounter different people and situations. However, when people prefer to stay inside shopping centers and buildings, the streets become empty and lifeless, creating a feeling of insecurity and fear, especially at night when the streets become dark and deserted. This also makes it harder for the police and private security guards to patrol and protect the area.
The destruction of green areas and leisure spaces is another consequence of large developments in Greater São Paulo. Public spaces are being replaced by concrete and asphalt, which has a negative impact on the environment and the health of the people. Green areas provide oxygen, shade, beauty, and biodiversity to a city, as well as opportunities for recreation and relaxation for people of all ages and backgrounds. When these areas are eliminated or reduced, people lose access to these benefits and suffer from stress, pollution, noise, and heat. Additionally, there is unfair competition with local small businesses as many of them depend on the movement and diversity of people on the streets to survive. When people choose to shop and consume inside large developments, small businesses lose their clientele and revenue, which can lead to their closure or bankruptcy and affect not only their owners and employees but also the local economy and community.
This situation also has negative impacts on the mobility and accessibility of the city. The large developments generate more traffic congestion and pollution, as their residents depend on private vehicles to commute to work, school or other activities. Moreover, they also reduce the availability and diversity of public transportation options, as they are often located in peripheral areas with poor infrastructure and services. Additionally, they also hinder the development of alternative modes of transportation, such as cycling and walking, as they create barriers and obstacles for pedestrians and cyclists.
Recently, I had the opportunity to visit Cabo Frio, in Rio de Janeiro, and was surprised by the transformation of the area where I used to stay. Before, there were several historic houses with many trees in front, allowing for an incredible view of the beachfront. However, when I returned in 2023, I was surprised by several huge and unattractive buildings that completely obstructed the view and had no green areas, in addition to being completely walled.
This example illustrates how the expansion of large developments can affect not only the environment and the quality of life, but also the identity and the memory of a place. Cabo Frio is a city with a rich history and culture, dating back to the colonial period. It has a unique architectural heritage that reflects its diverse influences and traditions. However, this heritage is being threatened by the indiscriminate construction of large developments that disregard the local context and character.
Given this scenario, it is essential that authorities and society work together to find solutions that promote the revitalization of public spaces, preserving green areas and ensuring a safe and dynamic environment for all. It is necessary to rethink the development model that values the construction of large developments at the expense of public spaces. Some possible actions include:
Implementing urban planning policies that regulate land use and zoning, limiting the height and density of buildings and preserving historic sites and natural areas.
Promoting urban design strategies that integrate public spaces with private spaces, creating mixed-use neighborhoods that offer a variety of functions and activities for different groups and needs.
Encouraging participatory processes that involve citizens in decision-making about urban development projects, ensuring transparency and accountability.
Supporting community initiatives that reclaim public spaces for social purposes, such as cultural events, artistic interventions and environmental education.
Developing educational programs that raise awareness about the importance of green areas and public spaces for urban sustainability and social cohesion.
In conclusion, the uncontrolled expansion of large real estate developments in Greater São Paulo and throughout Brazil represents an alert about the problems that these developments can generate. In addition to the lack of movement and insecurity on the streets, this expansion results in the destruction of green areas, harming the environment and the quality of life of the population. Therefore, it is urgent to change this paradigm and to value the public space as a common good that belongs to everyone and that contributes to the improvement of the urban landscape.
Writen by Ongezell [E. Mangia] & C.Kodama
Espaços públicos na Grande São Paulo
06/04/23 / 2018
Escute o artigo:
Neste artigo, quero compartilhar com você algumas fotografias que tirei como parte de um projeto final de curso em colaboração com uma amiga. O tema do nosso projeto era mostrar a precariedade dos espaços públicos na região da Grande São Paulo, que estão sendo ameaçados pela invasão de grandes centros comerciais e arranha-céus. Queríamos capturar como esses desenvolvimentos afetam a paisagem urbana e a vida das pessoas que vivem lá.
Os espaços públicos são essenciais para a vida social e cultural de uma cidade. São lugares onde as pessoas podem se encontrar, interagir, relaxar, brincar, se exercitar e desfrutar da natureza. Eles também contribuem para a identidade e diversidade de uma cidade, pois refletem sua história, cultura e valores. No entanto, em muitas cidades ao redor do mundo, os espaços públicos estão desaparecendo ou sendo negligenciados devido à urbanização e privatização.
Isso é o que está acontecendo na Grande São Paulo, onde grandes empreendimentos imobiliários estão dominando o espaço urbano e reduzindo a disponibilidade e qualidade dos espaços públicos. Esses desenvolvimentos oferecem tudo o que as pessoas precisam em um só lugar: compras, entretenimento, serviços, habitação e trabalho.
Como resultado, as pessoas têm menos incentivo para sair e explorar a cidade e mais razões para ficar dentro desses espaços fechados e controlados. Isso tem várias consequências negativas para a cidade e seus habitantes, incluindo a perda de movimento e vitalidade nas ruas. As ruas são as artérias de uma cidade, onde as pessoas podem circular livremente e encontrar diferentes pessoas e situações. No entanto, quando as pessoas preferem ficar dentro de shopping centers e prédios, as ruas se tornam vazias e sem vida, criando uma sensação de insegurança e medo, especialmente à noite, quando as ruas ficam escuras e desertas. Isso também torna mais difícil para a polícia e os seguranças particulares patrulharem e protegerem a área.
A destruição de áreas verdes e espaços de lazer é outra consequência dos grandes empreendimentos na Grande São Paulo. Os espaços públicos estão sendo substituídos por concreto e asfalto, o que tem um impacto negativo no meio ambiente e na saúde das pessoas. As áreas verdes fornecem oxigênio, sombra, beleza e biodiversidade a uma cidade, além de oportunidades de recreação e relaxamento para pessoas de todas as idades e origens. Quando essas áreas são eliminadas ou reduzidas, as pessoas perdem acesso a esses benefícios e sofrem com estresse, poluição, ruído e calor. Além disso, há concorrência desleal com pequenos negócios locais, já que muitos deles dependem do movimento e da diversidade das pessoas nas ruas para sobreviver. Quando as pessoas optam por fazer compras e consumir dentro de grandes empreendimentos, os pequenos negócios perdem sua clientela e receita, o que pode levar ao seu fechamento ou falência e afetar não apenas seus proprietários e funcionários, mas também a economia e a comunidade local.
Essa situação também tem impactos negativos na mobilidade e acessibilidade da cidade. Os grandes empreendimentos geram mais congestionamento de tráfego e poluição, já que seus residentes dependem de veículos particulares para se deslocar para o trabalho, escola ou outras atividades. Além disso, eles também reduzem a disponibilidade e diversidade de opções de transporte público, já que muitas vezes estão localizados em áreas periféricas com infraestrutura e serviços precários, e também dificultam o desenvolvimento de modos alternativos de transporte, como ciclismo e caminhada, pois criam barreiras e obstáculos para pedestres e ciclistas.
Recentemente, tive a oportunidade de visitar Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e fiquei surpreso com a transformação da área onde costumava ficar. Antes, havia várias casas históricas com muitas árvores na frente, permitindo uma vista incrível da beira-mar. No entanto, quando voltei em 2023, fiquei surpreso com vários prédios enormes e pouco atraentes que obstruíam completamente a vista e não tinham áreas verdes, além de serem completamente murados.
Esse exemplo ilustra como a expansão de grandes empreendimentos pode afetar não apenas o meio ambiente e a qualidade de vida, mas também a identidade e a memória de um lugar. Cabo Frio é uma cidade com uma rica história e cultura, remontando ao período colonial. Tem um patrimônio arquitetônico único que reflete suas diversas influências e tradições. No entanto, esse patrimônio está sendo ameaçado pela construção indiscriminada de grandes empreendimentos que ignoram o contexto e o caráter local.
Dado este cenário, é essencial que as autoridades e a sociedade trabalhem juntas para encontrar soluções que promovam a revitalização dos espaços públicos, preservando áreas verdes e garantindo um ambiente seguro e dinâmico para todos. É necessário repensar o modelo de desenvolvimento que valoriza a construção de grandes empreendimentos em detrimento dos espaços públicos. Algumas ações possíveis incluem:
Implementar políticas de planejamento urbano que regulamentem o uso do solo e o zoneamento, limitando a altura e a densidade dos edifícios e preservando locais históricos e áreas naturais.
Promover estratégias de design urbano que integrem espaços públicos com espaços privados, criando bairros de uso misto que ofereçam uma variedade de funções e atividades para diferentes grupos e necessidade.
Incentivar processos participativos que envolvam os cidadãos na tomada de decisões sobre projetos de desenvolvimento urbano, garantindo transparência e responsabilidade.
Apoiar iniciativas comunitárias que reivindiquem espaços públicos para fins sociais, como eventos culturais, intervenções artísticas e educação ambiental.
Desenvolver programas educacionais que aumentem a conscientização sobre a importância de áreas verdes e espaços públicos para a sustentabilidade urbana e a coesão social.
Em conclusão, a expansão descontrolada de grandes empreendimentos imobiliários na Grande São Paulo e em todo o Brasil representa um alerta sobre os problemas que esses empreendimentos podem gerar. Além da falta de movimento e insegurança nas ruas, essa expansão resulta na destruição de áreas verdes, prejudicando o meio ambiente e a qualidade de vida da população. Portanto, é urgente mudar esse paradigma e valorizar o espaço público como um bem comum que pertence a todos e que contribui para a melhoria da paisagem urbana.